Segundo levantamento estatístico realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), as exportações brasileiras do produto somaram 310.730 sacas de 60 kg em outubro de 2021, volume que representa aumento de 1,6% na comparação com as 305.787 sacas registradas no mesmo mês do ano passado.
Com o desempenho, a entidade informa que os embarques de solúvel saltaram para 3,273 milhões de sacas no acumulado deste ano, montante 2,5% inferior ao apurado entre janeiro e outubro de 2020 (3,356 milhões de sacas), ano em que foi batido recorde histórico nas remessas.
"Diante de todos os gargalos logísticos no comércio marítimo mundial e da forte elevação dos custos de produção, os cafés solúveis do Brasil demonstram resiliência e mantêm a característica do país de fiel e maior produtor e fornecedor global", analisa Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.
Questões logísticas e vendas travadas para 2022 preocupam
Segundo ele, o setor possuía expectativa para a quebra de novos recordes em 2021, mas teve que rever suas projeções devido à elevação nos preços da matéria-prima e aos constantes problemas logísticos de escassez de contêineres e navios, o que gerou dificuldades e aumento nos custos para todo setor exportador brasileiro.
"Os problemas climáticos, como a seca e as altas temperaturas no fim de 2020 e, mais recentemente, as geadas no parque cafeeiro, geram incertezas quanto à safra 2022 e ocasionaram uma disparada dos preços nos mercados físico e internacional, gerando lentidão nas decisões de compras futuras dos clientes internacionais do café solúvel brasileiro", justifica.
Lima completa que, atualmente, os compradores do produto nacional aguardam uma estabilização das cotações para realizarem suas aquisições. “Isso preocupa o setor, pois afeta as expectativas e o planejamento das empresas, impactando, consequentemente, as compras de matéria-prima no mercado interno, lembrando que o café solúvel é comercializado com antecedência de, no mínimo, seis meses de prazo para as entregas”, aponta.
Destinos
De janeiro ao fim de outubro deste ano, o Brasil exportou seus cafés solúveis a 113 países, com os Estados Unidos sendo o principal cliente do produto. Os norte-americanos importaram 556.551 sacas nos 10 primeiros meses de 2021, o que representa 17% do total. Na sequência, vêm Rússia, com 301.718 sacas (9,2%); Argentina, com 289.275 sacas (8,8%); Japão, com 234.559 sacas (7,2%); e Indonésia, com 205.883 sacas (6,3%%).
Consumo
O consumo de café solúvel no Brasil segue em expansão e registra aumento de 5,4% no acumulado entre janeiro e outubro de 2021. No período, os brasileiros consumiram o equivalente a 833.409 sacas de 60 kg, acima das 790.993 sacas consumidas no mesmo intervalo do ano passado.
"Esse desempenho reflete os investimentos feitos pelas indústrias brasileiras de solúvel, que constroem novas plantas fabris e ampliam seu portfólio de produtos cada vez mais voltados à qualidade, melhorando as características sensoriais da bebida e disponibilizando diversidade de preparos ao consumidor, o que contribui para elevar o consumo", explica o diretor da Abics.
Segundo ele, o avanço na qualidade se torna mais perceptível quando se observa que, em meio ao crescimento do consumo interno, registra-se queda nas importações de cafés instantâneos. "Entre janeiro e outubro, as compras do produto internacional somaram 32,4 mil sacas, registrando queda de 22,1% frente ao volume importado no mesmo período de 2020", conclui Lima.
Tipos
Os principais tipos de café solúvel remetidos ao exterior no acumulado do ano até o fim de outubro foram spray dried, com 2.532.227 sacas (77,4% do total); freeze dried, com 637.687 sacas (19,5%); “extratos”, com 60.034 sacas (1,8%); e "coffee preparation", com 43.421 sacas (1,3%).
Confira o desempenho das exportações de café solúvel do Brasil no site da Abics.
Fonte: CaféPoint
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