As exportações do canéfora (conilon) pelo Espírito Santo registraram um novo recorde histórico para o mês de setembro. Foram embarcadas 667.995 sacas de 60 kg do principal produto agrícola capixaba. Depois de passar 28 anos desde o último registro de sua melhor marca, ocorrido em agosto de 1991, o estado superou, em menos de um ano e meio, seu recorde histórico para um mês: em julho de 2019 e em junho e setembro deste ano.
Para Márcio Candido Ferreira, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), que reúne os exportadores de café do Espírito Santo, a razão para o bom desempenho sucessivo das exportações de conilon está na valorização do dólar, aliado à maior disponibilidade do grão e à sua competitividade internacional em relação ao “robusta” do Vietnã, maior concorrente do conilon capixaba.
Ele ainda acrescenta que as cotações na Bolsa de Londres, referência para o mercado de conilon, apresentaram preços razoáveis para o produtor rural. “Os números da exportação confirmam nossa previsão do início deste ano de que teremos safra alta, somada a um grande volume de café remanescente da safra anterior”, declara o presidente do CCCV.
Além do café conilon, a exportação de setembro, incluindo embarques de arábica (90.734 sacas) e de café solúvel (29.943 sacas), totalizou 788.672 sacas. No acumulado do ano, a exportação total está em 4,8 milhões de sacas aproximadamente (77% conilon; 17% arábica; 6% solúvel). Toda a receita cambial de 2020 soma cerca de 406 milhões de dólares. Os principais destinos do café capixaba em 2020 são: Estados Unidos (17%), Bélgica (14%), México (14%), Turquia (7%) e Argentina (5%).
Por outro lado, se analisados apenas o café arábica, vê-se um declínio sucessivo dos volumes exportados. O CCCV comparou a produção com a exportação dessa variedade pelo Porto de Vitória em um período de 19 anos, de 2002 até 2020. Enquanto a produção de café arábica cresceu em média 5%, a exportação caiu 4%.
Diferente do café canéfora (conilon), cuja maior parte da produção é voltada para o mercado interno, a produção de arábica capixaba tem a maior parcela destinada ao exterior. No período analisado, essa máxima foi verificada nos anos de 2002 até 2011, quando se exportou mais do que foi produzido no estado, escoando também, pelo Porto de Vitória, a produção da região da Zona da Mata Mineira. Contudo, desde 2012, observou-se exportação inferior à produção capixaba, mesmo nos anos de safra alta. O ano de 2020 poderá encerrar como o ano em que menos se exportou café arábica pelo Porto de Vitória, proporcionalmente à produção colhida.
No entendimento do presidente do CCCV, fica claro que o Espírito Santo vem perdendo cargas de café para outros portos, devido à falta de estrutura logística e portuária local, problema cuja solução é cobrada há anos por vários setores que atuam no comércio exterior do Espírito Santo.
Para saber como foi a exportação geral dos cafés brasileiros clique aqui.
As informações são do Centro do Comércio de Café de Vitória.
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