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Com bom nível no solo, potássio pode ser dispensado na adubação do cafeeiro


O potássio é o segundo nutriente mais requerido pelo cafeeiro, só superado pelo nitrogênio. Por isso, seu uso na adubação tem sido realizado através de fórmulas ricas em K2O, como é comum a 20-05-20, em aplicações anuais sucessivas. Talvez por receio ou por falta de informação, boa parte dos técnicos não considera a disponibilidade de K no solo para ajuste dos níveis na adubação potássica a ser utilizada em cada lavoura.


É bem conhecida a característica do potássio de ficar retido nas cargas do solo e, portanto, armazenado e disponível para as plantas. Por esta razão, a avaliação desta disponibilidade, mediante a análise química, é importante para a indicação adequada na adubação com esse nutriente.


As pesquisas realizadas com diferentes níveis de K aplicados em cafeeiros tem mostrado falta de resposta e até respostas negativas na produtividade, quando o uso de doses de K2O é além daquelas adequadas. Resultados de alguns ensaios mais antigos sobre o efeito de doses podem ser observados nas tabelas 1 e 2 e, recentemente, novo trabalho foi realizado para adicionar mais informações sobre o uso de potássio em lavouras cujo solo já acumula bons níveis de K.


Na tabela 1, pode-se verificar que a produtividade dos cafeeiros aumentou entre as doses de zero a 200 kg de K2O por ha e se manteve, sem aumento, para a dose de 400 kg, onde os teores de K no solo já estavam acima de 138 mg/dm3 . Na tabela 2, observa-se que nos três níveis de K aplicados, onde o teor do nutriente estava muito alto no solo, acima de 198 ppm, a produtividade, ao invés de aumentar, diminuiu provavelmente por desequilíbrio.


Visando dar mais subsídios para a recomendação de adubação potássica, considerando os níveis encontrados em análise de solo, recentemente foi instalado ensaio na Fazenda Experimental Varginha, onde o solo apresentava os parâmetros de fertilidade conforme tabela 3.


Foi escolhido para o ensaio, propositadamente, um talhão de cafeeiros da variedade acauã, no espaçamento de 3,5 x 0,5 m, com 8 anos de idade, que vinha recebendo adubações potássicas usuais, assim apresentava solo com nível alto de potássio, correspondente a 232 ppm ou 6,55% da CTC (tab 3). Foram testadas uma dose baixa de N e uma dose alta, esta isolada ou em combinação com potássio.


Os resultados obtidos na safra estão colocados ao lado dos tratamentos na tabela 4. Verifica-se que a combinação de 300 kg de N e 300 kg de K2O por ha não provocou aumento de produtividade em relação à aplicação exclusiva do N. Assim, conclui-se que em caso de níveis adequados de K no solo, pode ser dispensada a adubação potássica.


POR JOSÉ BRAZ MATIELLO


FOLHA PROCAFÉ

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