O Conselho Nacional do Café (CNC) organizou uma reunião virtual para propor a redução dos juros do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra atual, com o objetivo de manter a atratividade para agentes e tomadores, isso por conta dos impactos que a pandemia de Covid-19 causou no cenário econômico e do nível da taxa Selic.
“A proposta estruturada pelos segmentos implica juros máximos de até 5,25% para produtores e cooperativas de produção, abaixo dos 6% das linhas do Plano Safra. Isso será possível por meio da redução da remuneração do Funcafé a 2,25%, mesmo nível da Selic, mais spread bancário flexível de 0% até 3%”, explica o presidente do CNC, Silas Brasileiro.
Segundo ele, os juros para industriais e exportadores também tiveram proposta de redução, para o máximo de 6,75%. “As indústrias e o comércio contarão com uma taxa muito competitiva, já que a remuneração de 2,25% do Fundo é válida para as linhas de aquisição de café (FAC) e capital de giro. O spread permanece flexível entre 0% e 4,5%”, completa.
Na safra 2020, a taxa máxima atual para cooperativas e produtores é de até 6% (3% para o Fundo e 3% de margem aos agentes) e, para indústrias e exportadores, de até 7,5% (3% ao Funcafé e até 4,5% de spread).
A sugestão de redução dos juros foi apresentada pelo setor ao governo federal durante reunião do Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), a primeira coordenada pelo novo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), César Halum.
“A sinalização foi muito positiva à nossa proposta por parte do secretário Halum e de sua equipe, que vêm tendo uma conduta excelente na estruturação de uma política pública para o café. Com a nossa sinergia e a objetividade do governo, vamos obter a menor taxa de juro da história para a cafeicultura, beneficiando, principalmente, o produtor”, destaca Silas.
Com a possibilidade de negociar o spread com as instituições financeiras, o presidente do CNC recorda que os tomadores poderão ter juros abaixo de 5,25% ao ano nos empréstimos do Funcafé. “Os juros máximos propostos são de até 5,25% e 6,75%, conforme as linhas de financiamento, mas produtores, cooperativas, exportadores e industriais têm a possibilidade de negociar a margem com os agentes”, explica.
Silas ainda anota que a sugestão de corte nas taxas foi encaminhada à área econômica do governo, que também já deu sinais positivos para atender à demanda. “A redução permitirá a otimização na aplicação dos recursos do Funcafé e beneficiará, principalmente, os cafeicultores do Brasil, mantendo a essência do Fundo, que é fomentar a cadeia produtiva, principalmente os nossos produtores, diante das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e seus impactos no cenário macroeconômico”, conclui.
Nesta semana, os bancos ABC Brasil e BMG receberam, juntos, R$ 413,6 milhões do Funcafé por meio de contratos assinados com o Ministério da Agricultura. Até o momento, o Fundo já encaminhou R$ 4,046 bilhões a 23 instituições financeiras.
As informações são do CNC.
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