Mesmo vendo lavouras em regiões com problemas de déficit hídrico, elas vêm perdendo seu potencial de qualidade. Em certas regiões, em algumas faces, podemos ver lavouras com deficiências, amareladas, com alto índice de seca de ponteiro e guias; grande porcentagem de grãos pulando de fase, de verde passando para falso maduro, trazendo adstringência para a bebida; além de elevada quantidade de grãos chochos. Mas de tudo isso vamos aprendendo com esse novo cenário do clima que nos surpreendeu. Por outro lado, temos lavouras novas, adultas, com alto índice de qualidade. Por conta de uma safra menor, o produtor já vem fazendo lotes menores e com mais qualidade.
Para aqueles produtores que já buscam entender a natureza, o clima, o microclima, sabemos que daqui pra frente vamos ter anos com temperaturas mais quentes e chuvas irregulares. Teremos que colocar a tecnologia para trabalhar a favor da natureza, como sempre falei em minhas postagens: o produtor terá que manter a caixa d’água cheia. Mas como? Fazendo cobertura de solo, roçadas, diminuindo as capinas químicas, mantendo e fazendo as adubações no momento certo para que tenha qualidade e produtividade.
Neste ano de 2021 estamos vendo lavouras bem cuidadas com índice de 10% a 15% de grãos chochos, podendo precisar de 660 a 720 litros para fazer uma saca de 60 kg, sendo que, normalmente, é preciso 540 litros para uma saca. Aquelas que sofreram um pouco mais estão com índice maior, ficando entre 30% e 35% de grãos chochos. Outra observação: as lavouras em que o produtor deixou a desejar na colheita passada, deixando resto de grãos no pé, ou seja, uma colheita mal feita, sendo porta de entrada para as brocas. Em contato com outros produtores, ouvi relatos que a quantidade de broca chega a ser de 5% a 10%.
Um outro cenário que estou vendo em minha região é a quantidade de grãos mocas que vamos ter. Por conta da falta de água, muitos frutos não conseguiram encher as duas sementes, fazendo com que apenas uma completasse o ciclo e pressionasse a outra, tornando-se um grão moca.
Fonte: Café Point
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