Mensalmente, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulga os dados das exportações brasileiras de café. Para o mês de maio, o total foi de 2,616 milhões de sacas de 60 kg, que geraram US$ 357,6 milhões ao País. No comparativo com o mesmo mês do ano passado, o desempenho representa queda de 20,3% em volume e de 13,2% em receita cambial.
O presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, aponta que o desempenho das exportações no mês de maio foi impactado pela continuidade dos entraves logísticos, com falta de contêineres e de espaço nos navios, e pelas adequações que vêm sendo realizadas no processo de modernização da emissão dos certificados de origem da Organização Internacional do Café (OIC), requeridos no embarque do produto.
“O volume de exportações tem sido recorde no acumulado da safra, o que reflete de uma colheita também recorde em 2020/2021 e a altíssima competitividade do café brasileiro no exterior. Em maio, só não foi maior por conta dos entraves logísticos relativos à disponibilidade de bookings e contêineres, causados por congestionamentos em muitos portos asiáticos e norte-americanos, em função da alta demanda por alimentos e demais produtos nessas regiões ocasionada pela pandemia", explica.
Diante do cenário, o presidente do Cecafé ressalta que as equipes logísticas dos exportadores têm redobrado esforços para cumprir os compromissos de embarque frente a essas dificuldades, principalmente no que se refere aos sucessivos cancelamentos de booking por parte dos agentes marítimos.
Outro fator que interferiu no desempenho registrado em maio é a adequação no critério das apurações dos embarques dos certificados de origem, requeridos nas exportações de café, aprovado pela OIC, que passará a considerar a data de conhecimento de embarque e não mais a liberação aduaneira.
"Com os embarques considerando o (Bill of Lading) BL e não mais a liberação aduaneira, os números das exportações de Cecafé, (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia) Secex e da própria OIC tendem a se ajustar e ficar muito próximos", conclui.
O café arábica foi o mais exportado pelo Brasil no agregado entre janeiro e maio de 2021, com o envio de 14,680 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 82,6% do total. O segundo melhor desempenho foi registrado pelo segmento de solúvel, que embarcou 1,545 milhão de sacas (8,7% do total), seguido pelo café canéfora (robusta e conilon), que soma 1,528 milhão de sacas exportadas (8,6%).
Principais destinos
Os Estados Unidos seguem em primeiro na importação dos cafés brasileiros, com a aquisição de 3,402 milhões de sacas, crescimento de 2,2% na comparação com igual período em 2020. Na sequência: a Alemanha, com 3,211 milhões de sacas (+6,7%); a Itália, com 1,311 milhão (-13%); a Bélgica, com 1,276 milhão (+11,1%); e o Japão, com a importação de 981,4 mil sacas (+15,2%).
Vale ressaltar o crescimento de 50,6% nas exportações brasileiras de café para os países produtores, que importaram 1,222 milhão de sacas nos primeiros cinco meses de 2021. Quando o recorte inclui apenas café verde, salienta-se ainda mais essa evolução, que chega a 84,5%, com outras nações cafeeiras elevando a importação do produto in natura de 522,2 mil para 963,3 mil sacas. Os países árabes também merecem destaque com a aquisição de 777 mil sacas no intervalo, alta de 20,8% no comparativo anual.
Cafés especiais
O Brasil exportou 2,652 milhões de sacas de cafés especiais (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis) de janeiro a maio, volume que representa 14,9% dos embarques totais no período. O preço médio desse produto foi de US$ 172,05 por saca, o que gerou recursos na ordem de US$ 456,4 milhões nos cinco meses, equivalentes a 19,3% da receita total gerada no intervalo.
Safra 2020/2021
De julho de 2020 ao final de maio deste ano, o País remeteu 42,5 milhões de sacas ao exterior, o que representa incremento de 14,3% sobre idêntico intervalo anterior e supera as 41,4 milhões de sacas registradas nos 12 meses do ciclo 2018/2019, até então o maior nível apurado nas remessas de café do país.
A receita cambial com os envios de café ao exterior nos 11 meses da safra 2020/2021 totalizou US$ 5,406 bilhões – melhor patamar dos últimos cinco anos –, montante que implica alta de 12,8% na comparação com os recursos obtidos com os embarques de julho de 2019 ao fim de maio de 2020.
Já no acumulado dos cinco primeiros meses de 2021, os envios de café ao exterior pelo Brasil somaram 17,767 milhões de sacas, o que equivale a uma média de 3,5 milhões de sacas por mês e confere recorde para a exportação no período. Esse volume representa evolução de 5,1% em relação ao intervalo entre janeiro e maio de 2020, quando o país remeteu 16,9 milhões de sacas a seus parceiros internacionais. No acumulado deste ano, os embarques brasileiros de café renderam o também recorde US$ 2,359 bilhões, crescimento de 4,9% no comparativo anual.
Portos
Santos permanece como o principal canal de escoamento dos cafés do Brasil em 2021. De janeiro a maio, 13,926 milhões de sacas partiram do porto paulista, o que representa 78,4% dos embarques totais. Na sequência, vêm os portos do Rio de Janeiro, com a remessa de 2,640 milhões de sacas (14,9%), e de Vitória (ES), com 501 mil sacas (2,8%).
O relatório completo está disponível no site do Cecafé (https://www.cecafe.com.br/).
As informações são do Cecafé.
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