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Cafeeiros podados por esqueletamento/desponte sentem menos a seca


A poda de esqueletamento/desponte vem sendo muito aplicada ultimamente para zerar a safra e promover a renovação da ramagem dos cafeeiros, também facilitando o manejo dos tratos e da colheita das lavouras.


A ocorrência de períodos críticos, de stress hídrico, em diversas regiões cafeeiras do País em alguns anos, como o atual, com estiagem prolongada de maio a outubro de 2020, mostrou que as áreas de lavoura que foram podadas sempre se mantiveram em melhor estado vegetativo, com folhagem mais verde e menor desfolha, apesar do efeito da falta de água.


O melhor comportamento vegetativo das plantas esqueletadas/despontadas tem sido observado nas três condições em que as plantas podadas se encontram: 1- no pós-poda, com brotação surpreendente, mesmo sob condição de pouca chuva; 2- em cafeeiros esqueletados no primeiro ano pós-poda, com vegetação pouco estressada; e 3 - no segundo ano, indo para a safra alta, com plantas esqueletadas apresentando melhor condição vegetativa e bom enfolhamento e abotoação.


As razões para o melhor desempenho dos cafeeiros podados, diante de períodos de estiagem, são as seguintes:


1- Melhoria da relação entre o sistema radicular (SR) e a parte aérea das plantas (PA), devido à redução da ramagem e da altura das plantas. Apesar de ocorrer morte de raízes no pós-poda, estas se recuperam, se renovam e ficam mais equilibradas em relação à PA, atendendo melhor no suprimento de água para as plantas. Com essa redução da parte aérea fica reduzido, também, o consumo de água do solo pela planta.


2- Maior acumulo de energias pelas plantas podadas em função da ausência de carga de frutos.


3- Renovação da ramagem, ficando os ramos novos com maior capacidade de translocação de água/nutrientes.


4- Maior compactação da folhagem nas plantas esqueletadas, com maior proteção contra insolação e, ainda, por maior pressão de vapor nessa folhagem, tende a haver menor transpiração.


5- Maior presença de cobertura morta e de matéria orgânica, em função dos resíduos das podas.


O efeito positivo das plantas esqueletadas, em relação ao stress hídrico, ocorre de forma mais pronunciada em plantas com uma ou poucas hastes, em podas com decote em alturas menores e em cafeeiros de variedades de porte baixo.


No caso de poda por recepa, o diferencial de melhor comportamento vegetativo dos cafeeiros podados ocorre de modo semelhante ou até mais pronunciado do que no esqueletamento.


POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

FOLHA PROCAFÉ

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