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Café canéfora ganha destaque nas exportações dos grãos brasileiros entre 2019 e 2020


Por conta da pandemia de Covid-19, muitos encontros realizados semestralmente ou anualmente tiveram que se readaptar. Foi o caso do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), que costumava apresentar o relatório semestral das exportações do café na sua sede e ontem (13) se adaptou para o digital.


Durante o encontro, o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, apresentou os dados ao longo do ano safra de julho de 2019 e junho de 2020. Considerando a soma das exportações de café verde, solúvel e torrado & moído, o Brasil exportou um total de 40 milhões de sacas de café, com destaque para o aumento de 22,7% nas exportações do canéfora (robusta e conilon), quando comparado com a safra 2018/2019. 


A receita cambial na safra 2019/2020 foi de US$ 5,1 bilhões, equivalente a R$ 22,8 bilhões, o que representa um aumento de 8,8% em reais em relação ao período anterior. Já o preço médio foi de US$ 128,04.


Entre as variedades embarcadas de julho de 2019 a junho de 2020, o arábica representou 78,8% das exportações, com a exportação de 31,5 milhões de sacas. Já o canéfora (robusta e conilon) foi responsável por 11,1% (4,4 milhões de sacas) e o solúvel, 10% (4 milhões de sacas).


"O desempenho das exportações do ano-safra 2019/2020 foi muito positivo e refletiu os grandes esforços de toda a cadeia do agronegócio para exportar o café brasileiro com eficiência, apesar dos desafios da pandemia nos últimos quatro meses e do ciclo baixo apresentado na safra 2018/2019. O Brasil exportou para 125 destinos e ainda registrou aumentou as vendas para países produtores. Estamos otimistas com as perspectivas de uma boa safra em curso, tanto para os cafés arábica quanto para canéfora, que até o momento vem se apresentando de muito boa qualidade. Estamos confiantes de que o mundo poderá saborear ainda mais o café brasileiro no próximo ano cafeeiro com qualidade, eficiência e sustentabilidade”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.


Marcos ressalta que Brasil soube fazer a gestão logística para o mercado externo durante o período diferenciado que vivemos com a pandemia. “Fizemos o dever de casa com protocolos nas fazendas, armazéns, transportes e portos, segurança jurídica e todas as atividades do café foram como essenciais”, afirma.


Durante a coletiva virtual, Marcos e Nelson ressaltaram que na safra passada tivemos um índice de baixa nas sacas por conta da bienalidade negativa para o arábica, por isso, os estoques estavam em baixa quando comparado com a safra anterior. “Conseguimos manter uma boa performance, mesmo com o ciclo baixo, um reflexo por sermos agressivos com a boa safra 2018/2019. Houve um esforço nesse primeiro semestre para cumprirmos os contratos de exportação e praticamente exaurimos os estoques. Agora aguardamos a nova safra, o canéfora de 2020/2021 já foi negociado, já que começou a ser colhido antes”, aponta Nelson.  


No mês de junho deste ano, o Brasil exportou 2,8 milhões de sacas de café, com receita cambial de US$ 327,5 milhões, equivalente a R$ 1,7 bilhão (aumento de 19,9% em reais em relação a junho de 2019) e preço médio de US$ 116,96.


Com relação às variedades embarcadas no mês, 66,2% das exportações foram de café arábica (1,8 milhão de sacas exportadas), 22,1% foram de canéfora (617,7 mil sacas) e 11,7% das exportações foram de café solúvel (327 mil sacas).


Eduardo Heron Santos, diretor-técnico do Cecafé, aponta que as medidas assertivas adotadas no Brasil só reforçam a eficiência do comercio exportador. “Se olharmos o pico de pandemia, o País cumpre um papel de logística expressiva, mantendo um percentual de 30% de maio para frente. Foi organizado para atender os mercados à medida que as demandas surgem”, explica.


Ano civil


De janeiro a junho de 2020, foram exportadas 19,6 milhões de sacas de café, configurando um recorde histórico para o período. A receita cambial gerada foi de US$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 12,6 bilhões (crescimento de 28,2% em reais em relação ao primeiro semestre de 2019). Já o preço médio foi de US$ 130,76, aumento de 4,1% na mesma base comparativa.


Entre às variedades embarcadas no semestre, 79% das exportações foram de café arábica, com 15,5 milhões de sacas embarcadas; 10,8% foram de canéfora (2,1 milhões de sacas); e 10,2% das exportações foram de café solúvel (2 milhões de sacas). Vale destacar também o aumento de 29% nas exportações de canéfora ante o primeiro semestre de 2019.


Principais destinos


No ano-safra 2019/2020, os principais destinos do café brasileiro foram: os Estados Unidos, com a exportação de 7,8 milhões de sacas (19,6% dos embarques totais no período); Alemanha, com a exportação de 6,8 milhões de sacas (17%); Itália, com 3,3 milhões de sacas (8,4%); Bélgica, com 2,7 milhões de sacas (6,8%); Japão, com 2 milhões de sacas (5%); Federação Russa, com 1,2 milhão de sacas (3,1%); Turquia, com 1,2 milhão de sacas (2,9%); México, com 1,1 milhão (2,8%); Espanha, com 901,8 mil sacas (2,3%); e Canadá, com 869,5 mil sacas (2,2%).


Entre os dez principais destinos, o México se destacou no período ao registrar aumento de 111,8% nas compras de café do Brasil. A Federação Russa também registrou crescimento na aquisição de café brasileiro, de 24,6%, comparado ao ano-safra 2018/19. Outros países que apresentaram aumento no consumo foram a Espanha (+6,7%), EUA (+3,5%) e Alemanha (+1,7%).


Já entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 9% nas exportações para a América do Norte, 36,8% para a África e 15,3% para o Leste Europeu, além do aumento de 28,6% nos embarques para os países do BRICS e de 24,8% para os países produtores de café.


Janeiro a junho 2020


No acumulado do ano civil, os Estados Unidos se mantiveram como principal consumidor do café brasileiro, com 3,7 milhões de sacas exportadas para o país, o que representa 19% das exportações do Brasil no período.


A Alemanha foi o segundo país que mais consumiu café brasileiro, com 3,4 milhões de sacas exportadas e 17,1% de participação nas exportações, seguida pela Itália, com 1,7 milhão de sacas e 8,6% de participação. Os demais principais destinos foram, respectivamente: Bélgica, com 1,4 milhão de sacas (7,3%); Japão, com 969,9 mil sacas (4,9%); Federação Russa, com 655,8 mil sacas (3,3%); Turquia, com 610,2 mil sacas (3,1%); Espanha, com 486,5 mil sacas (2,5%); México, com 427,8 mil sacas (2,2%); e Canadá, com 407,1 mil sacas (2,1%).


Os países que registraram maior crescimento no consumo de café brasileiro no ano civil até agora, comparado ao primeiro semestre de 2019, foram o México, com aumento de 63%; Federação Russa (+30,1%); Bélgica (+16,2%); e Espanha (+10,9%).


Entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 1,7% nas exportações para a América do Norte, 15,6% de crescimento dos embarques para a América do Sul, 38,8% para a África, 55,3% para a América Central e 21,3% para o Leste Europeu. Destacam-se ainda o crescimento de 30,9% nos embarques para os países do BRICS e de 40,6% para os países produtores de café.


Cafés especiais


O Brasil exportou, no ano-safra 2019/2020, 6,8 milhões de sacas de cafés especiais, que representaram 17% de participação no volume das exportações no período. Os dez principais destinos no período, que representam 78,7% dos embarques do tipo de café, foram: Estados Unidos (1,5 milhão de sacas), Alemanha (880,8 mil sacas), Bélgica (640,4 mil sacas), Itália (640 mil sacas), Japão (610,7 mil sacas), Reino Unido (241 mil sacas), Canadá (218,8 mil sacas), Espanha (201,7 mil sacas), Finlândia (188,3 mil sacas) e Suécia (186,5 mil sacas).


Já no acumulado do ano civil (de janeiro a junho 2020) foram exportadas 3,2 milhões de sacas de cafés especial, que representaram 16% de participação no volume das exportações no período.


Nesse caso, os principais destinos, responsáveis por 78,5% dos embarques de cafés especiais no período, foram: Estados Unidos (565,9 mil sacas), Alemanha (456,6 mil sacas), Bélgica (388,5 mil sacas), Japão (294,9 mil sacas), Itália (238,4 mil sacas), Espanha (140,8 mil sacas), Reino Unido (128,7 mil sacas), Suécia (94,9 mil sacas), Canadá (85,4 mil sacas) e Coréia do Sul (81 mil sacas).


Futuro do café


Nelson Carvalhaes aponta que até 2030 o Brasil seguirá com números positivos, porém, para atender a demanda interna e as exportações, o País precisa daqui para frente produzir um mínimo de 60 milhões de sacas de 60 quilos por safra.


A projeção indica que além de garantir o Brasil em destaque no mercado, a produção em grande escala também pode dar suporte para que conquiste ainda mais espaço no mercado internacional.


"Se mantivermos as exportações em nível de 40 milhões, se o consumo interno foi acima de 20 milhões, só aí precisamos de mais de 60 milhões. Hoje o Brasil tem uma necessidade básica de 60 e 63 milhões de sacas/ano, somando exportação e consumo interno, segundo dados da Abic e do Cecafé", destaca Nelson.


O relatório completo das exportações de café está disponível no site do Cecafé.

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